Estreia desta semana, o “Diário do Olivier” é um programa que tem a cara daquele GNT que não flertava com a TV aberta, era um canal segmentado da melhor qualidade e ponto. Não se trata de uma atração de culinária, de dicas, de turismo. O formato, criativo, tem um pouco de cada um destes itens e, como se não bastasse, é um suculento filé para os francófilos, mesmo os vegetarianos.
Olivier já não atua só como cozinheiro. Virou um personagem. Na estreia, foi a Paris com a filha, Júlia, revisitar lugares e passear de péniche no Sena. As péniches são barcos baixinhos que, na sua origem, serviam para transporte de carga na rede fluvial francesa. Desde os $70, há quem more nelas, como foi o caso de Olivier quando criança. Ele mostrou sua ex-casa flutuante, atracada de modo a ter vista para a Torre Eiffel.
Mas foi a bordo de um modelo para turistas que passeou com a filha enquanto preparava um steak tartare. Duvido que mesmo aquele espectador de coração de pedra, do tipo que debocha dos clichês, não tenha se comovido com a alegria de Olivier ao picar a carne enquanto passavam a Notre Dame e os músicos que ensaiam na beira do rio.
O programa abusou de Edith Piaf cantando “Non, je ne regrette rien”, mas e daí? Olivier vibra enquanto trabalha e seu prazer contagia. Vive la France. Salve também o velho e bom GNT.
* A crítica foi retirada do blog de Patrícia Kogut no site www.oglobo.com.br do dia 25 de junho de 2010
Diário de Olivier - terças 23:30 no GNT
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